Nos dias 27 e 28 de outubro, a CTVC participou na Coop Innovation Summit em Torres Vedras, um evento que reuniu cooperativas de diversos setores e geografias para discutir inovação no movimento cooperativo.
O evento revelou a diversidade de modelos cooperativos, desde cooperativas industriais de grande dimensão como a Mondragon, passando por federações europeias e regionais como a Trentino, até cooperativas locais de setores variados. Foi notável a abertura dos grandes players do setor para diálogo.
Entre as intervenções, destacamos a Mondragon, que abordou a articulação entre valores e crescimento. No entanto, não foram apresentados passos prescritivos para os próximos movimentos a nível global. Naturalmente, as cooperativas estão, e com razão, mais concentradas no seu negócio, nos seus membros e na comunidade que servem do que em orquestrar mudanças sociais de larga escala.
Esta realidade levanta uma questão estrutural: se as cooperativas, por natureza, se concentram no seu contexto imediato, quem é então responsável por criar as condições para mudança sistémica?
O formato centrou-se no networking e na partilha de experiências. A nossa conclusão é que o ecossistema cooperativo internacional se apresenta sem mecanismos estabelecidos para estruturar o cooperativismo como alternativa ao modelo económico dominante — pelo menos por agora.
Um dos tópicos abordados foi o tema emergente das cooperativas de dados. Samuel Vance-Law, do Decentralization Research Center, apresentou um relatório sobre o tema desenvolvido com o Project Liberty Institute.
Identificámos uma lacuna que esteve ausente da discussão: a falta de mecanismos de bootstrapping para cooperativas inovadoras. Cooperativas de dados apenas funcionam em escala, tornando extremamente difícil a sua emergência orgânica sem estruturas de apoio adequadas.
Não encontrámos no evento outras cooperativas que combinassem dimensões estruturais, foco tecnológico e enraizamento local da forma como a CTVC opera. As conversas sobre tecnologia no setor cooperativo permanecem numa fase inicial, com um longo caminho a percorrer na integração de práticas tecnológicas modernas e na concretização das sinergias entre tecnologia e o ethos cooperativo.
Agradecemos aos organizadores e participantes pelas conversas e contactos estabelecidos.
em iniciativas sem fins lucrativos
que queremos aprofundar e expandir
Nos nossos workshops
com os princípios cooperativos
A CTVC esteve nos Açores para o arranque do Aqua Motion, um programa europeu S+T+ARTS que vai apoiar seis artistas em residência em Viana do Castelo, com foco em soluções artísticas e tecnológicas para a gestão dos recursos hídricos.
Plataforma digital concebida para apoiar cooperativas, ONGs, e outras organizações de gestão partilhada com ferramentas inovadoras para alocação transparente de recursos, tomada de decisão colaborativa e governança distribuída.
Uma ideia de cada vez.
